quinta-feira, 27 de março de 2014

Era eu no Nesbraska sem um amor.

Hoje acordei me sentindo uma estrela sem brilho. Aliás, talvez essa seja a regra e eu seja sim uma estrela sem brilho. Eu queria um abraço, e quando eu recebi nem dei o valor devido de um abraço. Me sinto sozinho, perdido num grande salão. Sinto que eu deveria estar dançando, mas todos já foram, ou talvez nem vieram. Meu pé está doendo, e eu não posso tirar o sapato. Pelas terras onde ano, não se pode andar descalço, é uma terra de muitos espinhos, e eu posso me sangrar facilmente. Não resisto e tiro o sapato. Por um instante vi meu pé ser atravessado por um espinho do tamanho de um talher. Eu tive medo, mas meu pé doía muito, e eu tinha de andar. Precisava do meu amor em Nebraska. Precisava de encontrar o que eu perdi, mas eu era quem estava perdido. No Nebraska são proibidos mapas, e o governo não permite placas. Tudo para que você acabe num buraco. E eu caí num buraco. E me sujei de lama. E estou afundando na lama. Até a lama chegar ao meu peito eu tentei fugir, mas agora eu vejo que talvez seja melhor assim. Que seja mais rápido que o adormecer e mais lento que o piscar de olhos. Quero ver tudo, mas não quero sofrer por tudo. De onde eu venho não pode sorrir e quando a lama cobre meu queixo tive a incessante vontade de sorrir. Quando por mim o processo pareceu acabar, saí voando por ai, e em vez de ir para um lugar encantando, diferente, voltei para minha terra. Meus pés não tinha calos, meu rosto tinha sorriso. Meus pés não tinham marcas e eu estava limpo. Era a vida me dando a oportunidade que eu não queria. 

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