quarta-feira, 9 de abril de 2014

Sobre mim e as perdas.

Tenho medo de pensar em perder alguém. Eu não sei perder. É tudo tão importante e intenso para mim, que pensar no fim é doloroso como se eu vivesse no fim. Tenho observado amigos e pessoas ligadas a mim de alguma forma com perdas muito significativas nos últimos tempos e tenho medo de ser o próximo. Ainda há tanta coisa para fazer, tanto a dizer, homenagens a prestar, palcos a dividir. Existe tantos planos e eu não aceito que de alguma forma eu os perca. Dos amores que eu não vivi, dos amigos que eu não fiz, da felicidade que eu deixei escapar por entre meus dedos, nada disso me intriga mais do que pensar na agonia da perda. Eu olho para o alto e peço ao Pai para que eu nunca perca, mas a cada dia que passa, o tempo está se esgotando e quando eu menos esperar estarei perdendo. E algum dia, serei a lágrima de alguém, serei a dor, o sofrimento, a ferida não-cicatrizada. Não quero que me percam. Porque as pessoas morrem? Porque a vida acaba quando ela bem quer? Isso é um egoísmo, não acha? Os rumos são bem outros do ideal e o que me resta se não viver a cada minuto como último, aproveitar as pessoas como se elas não fossem estar comigo amanhã, estar sorrindo e esquecer o choro? O que me restasse não amar incondicionalmente hoje, como se não houvesse amanhã? Santo Deus, Pai da Terra, dono dos corações, não permita que alguém se vá sem saber que eu amo-lhe. E não permitas que eu vá, sem conhecer os que me amam.

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