domingo, 27 de julho de 2014

.-.

Dias de chuva reforçam minha necessidade de estarmos juntos. Quanto tempo se faz desde que assistimos aquele clássico juntos, e que embalamos numa balada na minha sala de estar, e depois, no sofá, usamos um pacote de balas, enquanto eu as transferia para você, e você para mim, e quando o pacote caiu no chão vazio, beijamos loucamente e só as paredes puderam conferir nossos sussurros de tesão.

Cozinhar já não tem mais graça sem você para roubar minhas batatas fritas, e me explicar, do seu jeito único porque alguém boceja, quando outro alguém boceja. A casa está morta sem suas músicas no som, e nesse dia de chuva, choro loucamente tentando ter lembranças, mas parece que você levou todas.

Não sei porque continuo te amando depois de ter ver na cama com outro alguém. Eu ainda supero tudo isso. E não me venha com essa coisa de que é melhor assim, porque não é. E só senti que te perdi no dia que entregaram aqui os anéis que simbolizavam tudo que nós éramos, e agora, nesse dia de chuva, eles estão em meus dedos, me ajudando a lembrar você.

E por um instante eu jogo tudo contra a parede, e reclamo com a vida, porque tudo foi acabar assim. Eu fui só um garoto ingênuo, e agora vou para o exército com um milhão de pretextos para te esquecer. Mas não quero te esquecer. Se eu tivesse certeza que você leria tudo isso, e nas entrelinhas percebesse do que eu falo, tenha certeza garota, eu tentaria te convencer de todas as formas a voltar. Mas, cadê que eu sei seu telefone? Cadê que eu sei seu endereço?

 E já é de manhã, a madrugada passou tão rápido. Hora de sair. Nesse caminho sem volta, vou levando essas malas cheias, e a frente, um coração vazio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário