quinta-feira, 13 de março de 2014

~Medos, pfvr



Ainda não entendo qual é essa da vida de te passar medo em situações difíceis. Não sei porque tenho medo quando meu celular toca no confidencial, nem porque sinto medo quando estou em casa sozinho e sinto um barulho na cozinha. Não entendo também porque as pessoas aceitam nossos medos, mas hesitam em nos ajudar a ficarmos livres deles. Aliás, eu sinto muitos medos. Sapos, cobras, fantasmas, pessoas... Sim, sinto medo das pessoas. Medo da reação delas toda vez que saio de casa. Tenho medo delas quando entro no ônibus, quando chego na escola, quando vou trabalhar. Somos imprevisíveis, e em meu modo de vida em segurança, não devo aceitar imprevisibilidades. E tem um medo maior que me assombra: quando vou comprar algo, e opto por usar o cartão de crédito, e tenho medo de aparecer a maldita mensagem: transação não autorizada. Tenho medo de perder. Medo de ficar sem pai, sem mãe, sem irmãos, sem primos, sem amigos, sem comida e (Deus me livre de ficar) sem internet. Quando durmo tenho medo de não acordar, e quando vou na padaria, tenho medo de não chegar a escola a tempo. Quando vou no cinema, tenho medo de estar chovendo quando o filme acabar. Quando saio à noite, ando prevenido para dar uma porrada em quem tente me roubar, porque, tenho medo de ladrão. Mas eu roubo. Eu roubo tempo, roubo vidas, destinos. Sou egoísta, e por isso, tenho medos. Me acostumei com tudo que tenho, e a querer mais, e não aceito perder o que eu tenho, e o que ganharei. Me julgo diferente, mas olhando por esse lado, sou tão comum. Para todos os tipos de medos, existem um remédio: uma dose de coragem. Onde eu compro? Araújo? Ultrafarma? Entregam por Delivery? Se eu der uma gorjeta pro Motoboy, chega mais rápido? De brinde, pode me mandar um abraço?

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