sexta-feira, 2 de maio de 2014

Para a primeira sexta feira do mês :D

Indo até uma mercearia hoje comprar pão, percebi que lá não vendia pão doce. Descobri então que lá nunca vendeu, em mais de 50 anos de existência. E o motivo: o dono do estabelecimento não gosta de pão doce. Fiquei pensando muito a respeito enquanto tinha que me contentar em levar pão francês para casa.

Me perguntei, como as coisas eram quando esse era o único estabelecimento na região, isso há 20, 30 anos. Em um raio de 4 km ele era o único. Em uma época em que as oportunidades eram muito limitadas e a variedade mal chegava na mesa dos magnatas. Quantas crianças nunca tiveram a oportunidade de experimentar um pão doce? Quantas nunca puderam comer além do que aquele armazém era capaz e/ou queria oferecer?

Eu me pergunto isso as vezes: quantas coisas eu deixo de conhecer porque outras pessoas não gostam, e por isso me impedem de chegar até lá? Quantas coisas eu não pude conhecer e experimentar por causa das limitações que a vida impôs?

E as pessoas que vivem presas em casa por medo da criminalidade?

Acompanho dia-após-dia o drama de meu primo, que por ter tido uma promoção indesejada, agora trabalha a maior parte do dia e não tem mais tempo e animo para cantar. Coitado, essas imposições da vida o torna um pouco infeliz. Porque será que somos presos e limitados por aquilo que não queremos? E será que agora, vale a pena pagar o preço que a liberdade cobra? Sim, vale.

São tantas coisas que nos impedem de conhecer e ser a felicidade. São tantas crianças que nunca comeram nada além de pão francês onde eu moro. Quantas pessoas são reféns da falta de oportunidade? Hoje eu luto pela minha liberdade. Eu vou além, e ando muito atrás da variedade, atrás da oportunidade de experimentar coisas novas. Vou sem medo, porque sei, que vai valer a pena. Não podemos nos permitir ser contentados apenas com o que nos dão. 

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