terça-feira, 26 de agosto de 2014

Um lugar, apenas um lugar.

Só queria um lugar para poder ser quem eu quiser. Um lugar com um mar grande, como os dos meus sonhos quando criança, e um navio, e viajar pelos oceanos vendo as baleias e os golfinhos, contemplando as sereias.

Queria um lugar onde eu pudesse pegar um cavalo forte e galopar até o alto de uma montanha, e depois, ele voaria comigo pelos céus, chegando perto das estrelas, olhando os ET’s em Marte, me sentindo uma parte mínima de algo grande ao passar por Júpiter, fazer um carrossel nos anéis de Saturno, poder saber Plutão se ele se considera um planeta ou uma estrela.

Queria poder pular no mar, e dar de cara com a Fenda do Biquíni, e apertar o Bob Esponja, haha, como queria. E que tal acordar numa noite dessas e ter Padrinhos Mágicos?

Ou então, em outro dia, tomar um café com Mary Popins numa nuvem qualquer que vaga sobre a Lady Liberty, ter um lagarto como animal de estimação, e dar dois pulinhos e de repente, estar em Glee fazendo mirabolices.

Ser quem eu quiser é libertar o que está preso. Até que ponto estou preso pela realidade, e até que ponto posso lutar pela minha fantasia? Parece loucura, e é se quer saber, mas eu gostaria de sair ali fora e ver uma fada. Admito crianças: em noites que estou sozinho, muitas vezes olho para o céu e fico procurando o planeta do Pequeno Príncipe, as vezes, até sinto ele comigo, e ele está, porque minha magia faz acontecer.

Ando pelo parque Municipal, procurando coelhos; vai que eu tenha a mesma sorte de Alice e adentre no País das Maravilhas.

Queria um lugar onde eu pudesse ser quem eu quiser. Em que eu acordasse Napoleão e adormecesse sendo Walt Disney. O lugar em que eu tinha para isso foi invadido pelas incertezas da vida adulta, e a criança se calou, vive reclusa dentro dela mesma agora.


Um lugar junto ao sol, que tem neve e árvores, e que de tarde, chova pipoca doce, e tenha pés de pizza e balas Finni com cachoeiras de chocolate e rios Guarapan, um lugar meu, só meu, em que por um instante até, eu pudesse ser Deus e poder saber, o que ele acha das crianças que se perdem dentro de si mesmas.

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