sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

2017 #1

É errando que se aprende. E temos de fazer jus à isso. Bastante jus a isso. 2016 foi sem dúvida um ano fenomenal, mas eu esqueci de coisas elementares, ou melhor, eu aprendi que deveria reforçar em mim coisas elementares. Eu fiz muito barulho, e de fato, eu fui exposto a dias que cobravam de mim muito barulho, e me esqueci do silêncio. Sim. O bom e velho silêncio.

Eu me calei por vezes em que deveria ter dito e foram situações tão mínimas e nas grandes horas de silêncio e meditação eu falei demais. Sim. Falei e me abri demais. Gritei o que eu achava e era certo, e tinha sim de ser certo. Tive de aprender a ter cautela com quem eu falava certas coisas, e quebrei a cara por isso. Tive de aprender a controlar a intimidade, logo eu, que sempre fui íntimo do mundo, e logo agora que comecei a cantar velha infância tão verdadeiramente aprendi que eu não sou do mundo e que o mundo não é meu. Lamentável.

Falaram coisas de mim na minha frente enquanto eu virava a face e eu ouvi e depois eu sorri. Deveria ter dito algo. Me insultaram gravemente e eu achei ruim, e falei algo. Deveria ter me calado. Para 2017 quero palavras de prata e o ouro do silêncio. Quero ser sábio, mas uma sabedoria do dia-a-dia, aquela sabedoria de levantar suavemente e sair à francesa. Quero ser sábio, mas o sábio que não se esconde demais, nem se oculta diante de nada, tão pouco se renuncia, quero ser sábio para administrar a mim e aos meus atos; quero ter  disciplina pessoal. Quero ser paciente, bondoso e verdadeiro, e aprender a me calar.

Eu só quero ser feliz, feliz.

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