quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Não tenho mais dezesseis e estamos em 2017

Aqui estou eu em 2017 rememorando acontecimentos de tempos atrás, talvez na cansativa tentativa de entender o que ainda não entendi ou ainda sendo perturbado pelo cravo da saudade que não foi capaz de passar, saudade essa que contrariamente à nossa razão, alimentamos anos a fio. Estou aqui em 2017 sendo o ainda menino bobo de 2012, mas eu não tenho mais 16 anos (e o que doi nessa frase é saber que não vou mais tê-lo). 

Requer bastante maturidade entender o ontem como algo que passou e não podemos modificar o que foi feito, e num esforço descomunhal, o maximo que podemos fazer é mudar nossa leitura sobre os dias que passaram. Ainda essa noite, sonhei com um amigo de longa data, e num dado momento eu o abracei e exclamei: "por quê você não voltou antes? Perdemos tanto tempo..." e hoje me permito pensar: "sera quanta coisa eu perdi por não ter voltado antes?" Por não ter voltado pra mim, para o meu ponto de encontro, meus lugares entre as nuvens... 

Eu não quero que tudo seja sobre nostalgia nem romantismo do passado, mas nao me cabe aqui intervir nesse fluxo que vem de dentro de mim. Quem abre as asas sabe que quando se engaiola por muito tempo a liberdade tem um custo bastante alto. E eu quero pagar esse preço fazendo o novo, o que é inedito pra mim, mas se o dia quer que eu ouça musicas antigas e que eu deixe sua letra fazer um reboliço interno, eu deixarei. 

Não tenho 16 anos e estou próximo dos 21 e nunca me senti tão próximo dos dezesseis como agora: sentado, tendo ciencia do meu sobrepeso, ainda submisso a família, sentado pelos cantos, com a ansiedade para concluir os estudos, fazendo planos para o futuro e tentando fazer agora o que preciso. Preciso romper esse elo que me faz ainda adolescente e me tornar dono de mim.

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