"Quanto
mais parece que o tempo passa, mais confuso ficam as coisas. Ou sou eu quem as deixam confusas. Faltando
um mês para o estrelato dos 18 anos, eu sei menos de mim do que nunca. Coisas que
ficaram para trás agora deixam vazio na estante, frases ditas querem virar
filosofias, amigos abandonados me fazem acordar de madrugada com pânico e meus
amores desistidos, me fazem arder em febre.
Não
me reencontrei, não sei quem sou, nem o que eu quero. Antes, eu torcia para
todos me perguntarem o que eu pretendia estudar na faculdade; hoje, eu corro
das pessoas que possam me fazer essa pergunta, e quando a fazem, respondo o que
viver primeira: ora matemática, ora jornalismo, ora letras.
Os
papeis na parede do quarto já parecem gastos e há três semanas não assisto um episódio
se quer de alguma série. Não tenho uma religião, e sinto estar sendo ingrato
com Deus. Mal tenho falado com meus amigos, e me arrisquei demais ao improvável.
Não tenho mais vontade de comprar, e leio, muito mal, 10 páginas por dia. Não
conheci esse mês cantores novos, e ouvi música japonesa uma vez só. Me sinto
sem forças. .
Porque
essa confusão? Será que eu penso demais, falo demais?
Mas
lá no fundo, eu sei que isso vai passar. Assim como as febres, as infecções
isso vai passar, mesmo porque, tudo é como queremos enxergar."
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