terça-feira, 21 de outubro de 2014

Os olhos ardem e a lágrima não vem

Por quantas manhãs a aflição toma conta de nós e nos põe em situação desesperadora, e qual é o motivo? Porque o choro preso?

Da minha luta diária contra a mágoa e a aflição, me vejo cada vez mais derrotado e o pior é que parece que nada posso fazer por isso. É triste sentir seu peito pulsar por uma materialização de um sentimento e tudo ser tão preso, ser tão limitado.

Já não basta sofrer as vezes que quero gritar mas não posso? Das vezes que quero uma companhia a noite, e durmo na solidão? As vezes que quero uma luz e acabo ficando ainda mais escuro?

Nessa manhã, tanta coisa podia ter acontecido. E eu apenas perdi o ônibus da escola, mais uma vez, e estou aqui, segurando nos olhos um ardor típico de choro, e a lagrima não vem.

Mantenho meus dedos firmes no teclado e o livro não saí. Minha mente parece vaguear por todos os lugares do mundo mas não me acompanha. Minha carteira tá vazia e estou sem coragem para trabalhar. O tempo tá nublado e não chove. Tudo tão confuso, tudo tão indeciso. Podia ir estudar a noite e poder ter mais desculpas para a liberdade, e eu quero isso, quero fugir, quero correr dessa realidade “limitadinha” e correta demais. Quero ser salvo. Não quero sentir meus olhos arderem: quero chorar ou não chorar. Não quero piedade, quero amor.
Lá vem a frase de Gaga que sempre cito: “só quero ser eu mesma e quero que você me ame.” Eu quero sair.

Os olhos ardem, e as lágrimas começam a vir. Bem devagar, vagamente lentas elas veem e lavam os olhos, mas não é só eles que precisam ser lavados. Preciso de um banho na alma, preciso me limpar das coisas ruins que me apeguei. Preciso de uma mudança radical, mas não de roupas novas e sim de hábitos novos. Preciso de uma fonte de inspiração e de coisas pelas quais valha a pena viver. Preciso que meu pai me ame como pareceu amar dois meses atrás. A culpa não é dele. Eu apenas me perdi na metade do caminho e ele que já se perdeu tanto, hoje é impossibilitado de tentar me achar.


Preciso pegar meu teclado, e inventar músicas novas, que saiam da alma. Músicas que não respeitem um ritmo e um acorde. Só preciso me traduzir hoje, preciso que você me traduza.

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