domingo, 8 de março de 2015

Mulher / Woman / Mujer / Femme / Frau / Virino / Muller / Donna / Mulier / Kvinna / Kadın

Das coisas mais nos inspiram na vida, a garra de uma mulher determinada é uma delas. Não se pode medir capacidade, competência, delimitar espaço ou tempo: a mulher se supera. Faz de qualquer problema sua fonte de energia, se nutre de seus sonhos e mesmo quando são impedidas de sonhar, sonham, e realizam. Mulher é outro nível.

Entre figuras que os homens guardam em mente sempre, as mulheres dominam esse espaço: a mãe, as professoras do primário, a primeira namorada, a avó, a mãe do amigo, que se torna tia. A capacidade de amar da mulher é algo impressionante.

Sou fã de mulher. Da mulher que trabalha, que rala pesado. Gosto da mulher que largou o marido para ser livre, que muitas vezes limpa rua, uma das profissões mais dignas ao meu ver, mas que no final do dia vai pra casa, cuida da família, e no final de semana, pinta as unhas, arruma o cabelo e samba de sábado para domingo como se o mundo fosse acabar. Se pensa que ela curte ressaca, está enganado. Domingo é dia de feira, supermercado. Pega ônibus, paga caro nos alimentos, mas não deixa de sorrir. O almoço sai quatro da tarde, mas aquela mulher é feliz. E na segunda, lá vai ela de novo. Toda maquiada, dando bom dia para Deus e o povo. 

Fico orgulhoso das mulheres que me cercam. Minha mãe, dona de uma garra inestimável. Minhas irmãs, uma que não desiste de ir em frente, e a outra que cedo já começa a arar seu terreno para bons plantios. Minha avó, que mesmo com todas as dificuldades enfrentadas nas décadas de 1970 e 80, nunca desistiu a sua família. Carregava bacia d’agua na cabeça porque não havia a estrutura hídrica que temos hoje. Minha tia, que se reinventou mil vezes e por quinhentas mil vezes mais se reinventará se precisar. Algumas professoras do Ensino Fundamental e médio, que mesmo sem condições, tentava mudar o mundo; podem não ter mudado o mundo por inteiro, mas uma fração dele, de fato, mudou.

Me chateia as vezes ver como mulher se tornou objeto simbólico sexual na mão da sociedade que banaliza. Mas se é feliz a mulher assim, quem sou eu para julgar? Apesar das controvérsias, entendo o fascínio de Vinicius de Moraes, um cara F-O-D-A, pelas mulheres. Olha garota de Ipanema aí, um dos hits mais tocados mundo a fora. E não é só a de Ipanema que faz sucesso: a de Belo Horizonte faz, São Paulo, Manaus, de Caburaí ao Chuí, a mulher brasileira é sucesso.

Que sejam cada dia mais fortes, mulheres. Que o movimento político que defende vosso espaço no mundo se torne cada dia mais aparente, que o respeito, reconhecimento e valor alcancem vosso patamar. E que sejam felizes, que sejam nos batuques do Maracatu, seja no Yeeah do rock, ou na tranquilidade da MPB. Que sejam cada dia mais vereadoras, prefeitas, governadoras ou presidentas. Que sejam titulares nas missões da ONU, mas que também representem o marco da revolução social que nosso povo carece. Que alcancem os costumes fechados do Oriente e levem para lá, a ideia de que mulher tem que ser livre. Livre, para lutar, sambar e poder amar.

Feliz 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

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