O domingo de hoje acorda com
sabor de infância. Aquele cheiro de terra molhada, aquele abraço convidativo
pronto para ser dado a alguém, aquele zelo ao falar, todo um dia relembrando
flashes de uma vida: é dia dos pais.
Pais que são nossos heróis particulares.
Pais que são nossa referência em segurança. Pais que são duros conosco, mas
cativam com o sorriso mais harmonioso e pacifico possível. Pais que mesmo em
tempos de reforma da estrutura familiar, são referências dentro das casas.
Pais, cargo capaz de transformar meninos crescidos em homens de verdade. Pais
que em sua maioria ficam na sua, olham as coisas pelos cantos e achamos que não
sabem de nada, mas na verdade sabem mais que o suficiente para chegar, puxar a
cadeira e falar: “menino, não é por esse caminho.”
Eu gosto desses pais que nunca
deixam de investir em seus filhos. Pais que são os maiores bancos que já se
pôde existir. Pais que defendem suas crias e por defender não digo passar a mão
na cabeça, e sim zelam pela integridade física e moral. Pais que dão um norte
na vida, pais que são capazes de andar descalço para calçar seus filhos, e por
experiência falar: pais que enfrentam a fome na busca pelo pão-de-cada-dia de
seus filhos.
Falo em pais que vão além da
figura masculina responsável pela sementinha da fecundação. Falo em pais que
são representados por mulheres largadas por seus maridos e dividem o duplo
papel de pai e mãe, e fazem isso tão bem, são capazes de amar duas vezes mais,
ou três se precisar. Falo em pais que todos os anos brigam na fila de adoções
para poderem salvar o mundo de uma criança. Falo dos tios e avôs que fazem
papel de pai e zelam pela vida e desenvoltura de seus meninos. Existem por todo
o país quem ampare uma criança, que a faça acreditar, quem a segure pelas mãos
nos primeiros passos, quem dá aquele confortante, seguro, firme, doce, manso
abraço que só um velho pai pode dar. E esses são partes importantes do mundo de
milhares de meninos e meninas de 5 anos, 10 anos ou 35 anos: afinal, quem não
ama um pai?
Falo com emoção que transborda
o peito e faz lacrimejar os olhos: é a melhor coisa do mundo quando algo dá
certo na vida, pode ser até descobrir que podemos doar sangue, e temos alguém
para ligar e contar as novidades e saber que existe alguém que torce por você mais
que todos.
É bom ouvir as histórias
desesperadas de meu pai, de quando eu nasci e a casa que já não cabia mais
fralda descartável, ele achou pouco e saiu pela noite para comprar dois pacotes
reserva. É bom saber que se eu fizer algo errado e imoral, mesmo que haja um
castigo físico, os toque haverão de ter mais amor do que qualquer outra porrada
da vida.
Pais: seres imperfeitos. Pais:
bonitos, feios, brancos, negros, de cabelo liso ou molinha de isqueiro. Pais:
que tem carros, não tem nada, caminhões, todo o tipo de transporte possível ou
apenas um burro velho. Pais: que por mais amor que demos um dia se despedirão
de nós e serão parte de nossas lembranças que dia-a-dia se perderá, se
fragmentará. Mas que nunca, por hipótese alguma, deixaremos de amar.
Obrigado Pais. Obrigado Pai.
Obrigado a todos os Pais do mundo, que assim como o Djalma é para mim, são
heróis para seus filhos, todos os dias, a todo momento. Pais que não abrem mão
de seus tesouros mais sagrados. Pais que aprendem dia pós dia novas formas de
amar. Obrigado.
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