terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Janeiro

Janeiro acabou. “Ainda?” ou “já”, eu não sei, mas acabou. Me lembro de 2016 como se fosse mês passado... E veio janeiro com os drinques elegantes da virada de ano, o janeiro com os amigos em casa nos fins de semana, janeiro saindo todas as terças-feiras, janeiro trabalhando com meu pai. O janeiro esperando o telefone que não tocou, e nem tocará: trocarei o número, então me enganarei dizendo que não ligaram porquê o número é novo, o que é menos dolorido do que a verdade: não ligaram porquê não sou interessante.

Janeiro suportou dona Marisa e seu AVC, e um monte de AVC’s de gente no meu bairro. Janeiro carregou nas costas o prêmio de Chico Buarque na França, e a enxurrada de gente que sequer leu “O irmão Alemão” e tiveram de dar pitaco na coisa toda. Em janeiro eu comecei a ouvir Supla, e parei antes de janeiro chegar ao fim. Talvez agora eu ouça Parça da Erva e fique refletindo sobre causas sociais.

Li numa semana de janeiro boa parte do Minha Luta de Adolf Hitler, e uma semana depois li O Diário de Anne Frank, de Anne Frank, e vi como ideologias tolas aprisionam pessoas. Discuti com um amigo o conceito de liberdade e a necessidade da disciplina para que a liberdade seja deveras aproveitada e entendida em essência. Vi uma palestra do Leandro Karnal, onde ele comentava a postura sobre do professor ideal, e com o tempo incerto que eu tenho de voltar à sala-de-aula, talvez eu consiga me aprofundar nos estudos e construir a visão epistemológica da educação como ele defende. Conheci o canal da Dona Rúbia no YouTube e fiz pastel. Achei, por benção de Deus, o canal da Monja Cohen e aprendi muito sobre autocontrole, mente, meditação e a vida zen. Li mais um livro do Caio Fernando Abreu e estou ardendo em febre de amores.


Finalizei meu espetáculo em janeiro do modo mais fiel a mim possível: assisti La La Land, lavei meus olhos com minhas lágrimas, comprei 10 livros em sebo (e na semana passada tinha comprado 7 em uma livraria), caminhei bastante, refleti sobre a vida e conclui o que já sabia Fernando Pessoa e eu fico tentando esquivar: não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário