sexta-feira, 20 de abril de 2018

Autoabraço

Uma coisa boa que as baixas temperaturas me trouxeram essa semana, além da necessidade de usar moletom, foi a necessidade de me abraçar. E como é bom redescobrir isso. 

Outro dia comentei aqui que ando um pouco sem conexão comigo mesmo e com algumas coisas  que estão a minha volta. E nesta semana, enquanto eu aguardava o transporte tarde da noite, fui obrigado a me abraçar para concentrar o meu calor e, meu Deus, como foi maravilhosa a sensação de sentir a minha energia novamente. 

Hoje mesmo, depois desse êxtase, comentei com meus alunos sobre o poder das energias que nos cercam e as que nos cercam. Esses assuntos parecem um pouco complexos para se tratar com meninos de 10 a 13 anos, mas eu não posso deixar que eles desistam de si, ou permitam que outras coisas estejam entre a relação que eles têm consigo mesmos. E depois de falar sobre as energias, eu sugeri: se abracem meninos. Se abracem. 

Eu não sei se mais feliz é o que parte e tem o prazer de voltar ou é o que nunca se perdeu e sempre esteve consigo, sei apenas que todos têm o direito de estar bem consigo e podem redescobrir o doce calor de seu próprio abraço. Uma violência psicológica que eu vejo todos os dias são pessoas que são arrancadas de si mesmas a força. Cabe o título do livrado Pe. Fábio de Melo que nunca li: “Quem me roubou de mim?”

Talvez por isso, meu corpo tem implorado que eu volte a ler poesia:  esse abraço não pode acontecer apenas nos dias frios.

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