É uma dor estranha. Não sei também se é dor ou incômodo.
Sabe quando você come um churrasquinho de carne de boi na rua, e entre seus
dentes ficam aquelas linhas de carne e você não tem fio dental na bolsa e precisa
esperar chegar em casa e dá aquela sensação que você não decide se é dor ou só
incômodo? É assim.
O engraçado é que você acorda e tudo bem. De repente você
vai se situando, se recordando de como tudo está – “se ambientando”, esta é a
expressão – e não, não está tudo bem. Ao telefone, sábado passado uma amiga
disse que vai doer por um tempo indeterminado: pode durar 15 minutos ou a vida
inteira. Eu queria que não doesse, porquê eu tenho que seguir em frente e eu me
sinto traindo a mim mesmo indo sem ir, totalmente.
Uma das coisas que estou herdando da faculdade de
Matemática é uma necessidade de racionalização dos sentidos de onde estou – é claro
que para a Matemática o que vale é a lógica – e nesse exato momento é essa
vontade de compreender todos os fenômenos que me deixa assim, no meio de um
tornado silencioso.
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