domingo, 13 de maio de 2018

Aquela coisa ainda sem nome


É uma dor estranha. Não sei também se é dor ou incômodo. Sabe quando você come um churrasquinho de carne de boi na rua, e entre seus dentes ficam aquelas linhas de carne e você não tem fio dental na bolsa e precisa esperar chegar em casa e dá aquela sensação que você não decide se é dor ou só incômodo? É assim.

O engraçado é que você acorda e tudo bem. De repente você vai se situando, se recordando de como tudo está – “se ambientando”, esta é a expressão – e não, não está tudo bem. Ao telefone, sábado passado uma amiga disse que vai doer por um tempo indeterminado: pode durar 15 minutos ou a vida inteira. Eu queria que não doesse, porquê eu tenho que seguir em frente e eu me sinto traindo a mim mesmo indo sem ir, totalmente.

Uma das coisas que estou herdando da faculdade de Matemática é uma necessidade de racionalização dos sentidos de onde estou – é claro que para a Matemática o que vale é a lógica – e nesse exato momento é essa vontade de compreender todos os fenômenos que me deixa assim, no meio de um tornado silencioso.

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